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Lençóis (BA) - O turismo na Chapada Diamantina

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Lençóis (BA)
O turismo na Chapada Diamantina
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O turismo na Chapada Diamantina

A Chapada Diamantina emergiu como destino turístico em meados dos anos 70, quando foi escolhida por aventureiros de várias nacionalidades, atraídos pela natureza exuberante em harmonia com arquitetura colonial em ótimo estado de conservação devido ao isolamento e à estagnação do crescimento econômico no séc. XX.

Já nos anos 80, a região teve seu maior desafio com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Este desafio logo se tornou uma oportunidade de desenvolvimento sustentável. As poucas pessoas, que até então ainda viviam basicamente da extração de diamantes e pequenas produções de agricultura e pecuária, tiveram suas atividades redirecionadas para áreas fora dos limites do parque. Além deste fato, o crescente interesse pelo Ecoturismo e pelo Turismo de Aventura possibilitou uma virada econômica para a região, onde os garimpeiros mais velhos se aposentaram e os mais novos começaram a se adaptar a novas atividades, inclusive algumas ligadas ao turismo.

Aos poucos, pessoas da comunidade e recém-chegados tornaram-se empreendedores locais, abrindo pousadas, restaurantes, agências, lojas de artesanato e outros serviços para atender a uma demanda de visitantes ávida por aventura. Com a melhoria da estrutura, na década de 90, algumas operadoras de turismo especializadas em natureza e aventura começaram a promover excursões para a Chapada Diamantina, o que mudou radicalmente a história do destino. Atualmente a Chapada apresenta uma nova imagem, pois atende, além dos aventureiros, um perfil mais amplo de viajantes, uma vez que oferece serviços e atividades focados em padrões de excelência, acessíveis para famílias com crianças, idosos ou pessoas que querem estar em contato com a natureza, sem deixar de lado conforto, charme e requinte.

Para o turismo, o resultado são serviços de hotéis e restaurantes refinados e charmosos, a princípio incomuns para um destino tão isolado. No centro histórico há inúmeras e bem qualificadas agências de turismo, que oferecem excelentes opções de trilhas e roteiros emocionantes, planejados sob o conceito de Aventura Segura, proporcionando aos visitantes experiências inesquecíveis e dimensionadas para atender a suas expectativas e possibilidades.

As opções de hospedagem são surpreendentes e há uma grande diversidade e quantidade de hotéis e pousadas com estilo e requinte. Desde casas de famílias e albergues até pousadas de charme e hotéis de médio porte, há opções com conforto para os mais diversos públicos, inclusive famílias com crianças.

A diversidade cultural e o caráter cosmopolita de Lençóis se refletem em sua gastronomia, que oferece boas surpresas aos seus visitantes. A culinária tradicional está presente em pratos típicos, de origem sertaneja, tropeira e garimpeira, como o feijão de corda, carne de bode, godó de banana, cortado de palma, batata da serra e outros. Há restaurantes de comida caseira por quilo e lanches caprichados para quem volta da trilha. Os empreendedores, vindos das mais variadas regiões, trouxeram novos ingredientes e criaram restaurantes que servem pratos da culinária internacional e contemporânea, mas utilizam muitos produtos locais, proporcionando uma experiência gastronômica no melhor estilo slow food. E, como estamos na Bahia, acarajé e beiju são algumas das delícias imperdíveis para quem está de passagem por Lençóis. Uma refeição curiosa no destino são os lanches de trilha: kits com sanduíches, frutas desidratadas, doces, sucos e outras guloseimas naturais que podem ser levadas na mochila pelos aventureiros para piqueniques em meio aos mais fascinantes cenários da Chapada Diamantina.

O artesanato traduz a identidade do interior da Bahia, do período da exploração do diamante. A matéria-prima principal são o couro e a pedra. Um dos principais ícones é a bruaca, usada pelos burros que acompanhavam as tropas e cortavam o sertão no período do garimpo.

As operadoras nacionais especializadas em Ecoturismo e Turismo de Aventura já ofertam o destino em pacotes disponíveis em várias agências do Brasil. Para os viajantes independentes, há ótimas informações sobre o destino nos guias impressos nacionais e internacionais. No site www.chapada.org há links para as principais empresas e serviços da Chapada, associadas à Chapada Convention Bureau.Os sites das pousadas e das agências locais também oferecem ótimas informações, além de opções de roteiros e serviços.

Cadastur

Ao contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

O Turismo de Aventura na Chapada Diamantina

O Parque Nacional da Chapada Diamantina é a principal unidade de conservação da região e guarda alguns dos mais belos conjuntos de cachoeiras do Brasil. São centenas de quedas d'água que escorrem entre penhascos, nas serras cobertas de verde, com uma vegetação mista de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. A Cachoeira da Fumaça, com cerca de 380 m de queda livre, é a segunda mais alta do País, só superada pela Cachoeira dos Anjos na fronteira do Brasil com a Venezuela. No parque há várias trilhas, com diferentes graus de dificuldade, entre as quais uma das mais famosas a trilha do Vale do Pati, que atrai turistas de todo o mundo para se aventurar em caminhadas de até sete dias, passando pela Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão, Ruinha, Morro Branco, Funis e Morro do Castelo e visitando comunidades tradicionais, esotéricas e alternativas.

Alguns dos principais atrativos ficam nos municípios do entorno do parque e muitos deles, no mundo subterrâneo, uma vez que a região se destaca por possuir o maior acervo espeleológico da América do Sul, com cavernas de beleza cênica e grande importância científica.

As agências locais, capacitadas para atender às normas de segurança, organizam roteiros que atendem aos mais diversos perfis de público. Os mais procurados incluem os principais atrativos como Igatu, uma antiga e bem preservada vila de garimpeiros; Vale do Capão, com suas comunidades alternativas, terapias holísticas e excelentes e requintadas pousadas; Morro do Pai Inácio, um dos lugares de contemplação mais fantásticos da região e cenário de interessantes lendas e causos; Vale do Pati; Cachoeira da Fumaça; Cachoeira do Buracão; Mucugezinho e Poço do Diabo; além das grutas do Lapão, Lapa Doce e Fumacinha, entre inúmeros outros atrativos tão interessantes quanto estes.

As agências também oferecem atividades específicas, como trekking, escalada em rocha, mountain bike, cavalgadas, observação de aves, canionismo, mergulho em cavernas e o exclusivo cave-jumping.

O segmento de Turismo de Aventura

Quando o Turismo de Aventura começou a despontar no Brasil, no início dos anos 90, era entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo e, muitas vezes, confundido com atividades e esportes de aventura que não tinham relação com o turismo. Com a evolução do mercado e dos conceitos, o Turismo de Aventura passou a ter características estruturais e consistência mercadológica próprias. De acordo com a definição adotada pelo MTur, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.”  Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que:

  • Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência habitual e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino;
  • O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos;
  • As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não;
  • Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura;

Atualmente, o segmento está representado nacionalmente pela Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta),  formada por pequenos empreendedores de várias partes do país. A associação trabalha na criação de normas técnicas aplicáveis ao Turismo de Aventura, trazendo mais confiabilidade e parâmetros para o desenvolvimento do segmento, com o objetivo de torná-lo mais competitivo nacional e internacionalmente. Uma ação de grande destaque e abrangência nacional é o Programa Aventura Segura,  uma iniciativa do Ministério do Turismo e Sebrae Nacional, em parceria com a Abeta. Trata-se de uma ação dedicada ao fortalecimento, à qualificação e à estruturação do Ecoturismo e Turismo de Aventura no Brasil, com foco em iniciativas voltadas para o desenvolvimento com qualidade, sustentabilidade e segurança. Para saber mais sobre este segmento, é recomendada a leitura das publicações do Ministério do Turismo e da Abeta sobre o tema.